STJ Bate o Martelo: Pensão Alimentícia Não é Prêmio nem Punição
- Ana Olliveira
- 13 de nov.
- 2 min de leitura
Nova decisão do Superior Tribunal de Justiça freia abusos e define que o valor da pensão deve ser baseado na realidade financeira de quem paga, não no padrão de vida de quem recebe.
A Mudança: Foco na Renda Efetiva
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) acaba de definir um novo entendimento que vai impactar milhares de processos de pensão alimentícia no Brasil. A Corte foi clara: o cálculo da pensão deve ser feito com base em duas coisas muito objetivas:
A renda efetiva de quem paga (o alimentante).
As reais necessidades de quem recebe (o alimentando).
O objetivo é simples: evitar abusos, desequilíbrios financeiros e garantir que a conta feche de forma justa para ambos os lados.
O Caso que Gerou a Decisão
A decisão do STJ foi tomada com base em um caso real e muito comum.
O Pedido: Uma mãe entrou na justiça pedindo o aumento do valor da pensão. Ela alegou que suas despesas domésticas haviam subido e que seu próprio padrão de vida havia melhorado (e, portanto, o filho deveria acompanhá-lo).
A Defesa: O pai, por outro lado, conseguiu comprovar que sua renda não teve nenhum aumento. Ele demonstrou que o valor que já pagava comprometia uma parte significativa de seus ganhos para o sustento do filho.
A Decisão: Equilíbrio é a Chave
Diante das provas, o Tribunal negou o pedido de reajuste.
A justificativa é o ponto central da mudança: a pensão alimentícia não pode ser usada para manter um padrão de vida acima da realidade financeira de quem paga.
Nas palavras do acórdão, a decisão foi um verdadeiro freio a distorções comuns em disputas pós-divórcio:
“A obrigação alimentar não é um prêmio nem uma punição, mas deve refletir equilíbrio, proporcionalidade e responsabilidade de ambas as partes.”
O Impacto Prático: O Fim do "Enriquecimento Indevido"
Essa decisão do STJ é vista como um divisor de águas e um freio em distorções onde a pensão acaba se tornando um instrumento de "enriquecimento indevido".
Na prática, isso significa que:
Pensão é para o filho, não para o padrão de vida da mãe: O valor deve cobrir as necessidades da criança (saúde, educação, lazer, etc.) de forma proporcional à capacidade do pai.
"Melhorei de vida" não é argumento: Se a mãe melhorou seu padrão (seja por um novo casamento ou novo emprego), isso não justifica, por si só, um aumento da obrigação do pai.
Foco na Prova: Fica ainda mais importante para o pai (ou mãe) que paga a pensão manter sua vida financeira documentada, para provar sua real capacidade em caso de disputas.
Em resumo, o STJ reforça que a responsabilidade é mútua e deve ser, acima de tudo, proporcional e justa.



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