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O outro lado do divórcio: quando a manipulação emocional apaga o papel do pai

  • Foto do escritor: Ana  Olliveira
    Ana Olliveira
  • 4 de nov.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 14 de nov.


Nos processos de divórcio, é comum enxergarmos apenas uma narrativa: a mulher como vítima e o homem como o responsável pelo fim da relação.Mas, ao longo da prática jurídica, é possível perceber que essa visão não traduz toda a realidade.Em muitos casos, o homem é o alvo de manipulação emocional, alienação parental e chantagens — e acaba sendo injustamente retratado como um pai ausente ou insensível.


1. A falsa narrativa da mulher que “parou a vida”

Há quem diga que a mulher “parou a vida para cuidar dos filhos e do lar”.Porém, nem sempre essa é uma imposição — muitas vezes, foi uma escolha pessoal.Transformar uma decisão própria em justificativa de vitimização, quando a relação termina, é distorcer o sentido da responsabilidade compartilhada.Cuidar da casa e dos filhos é um dever de ambos os pais, e não um fardo que pode ser usado como moeda emocional contra o outro.


2. Quando o pai é visto apenas como carteira

Um dos problemas mais graves e silenciosos dos divórcios é a redução do pai à função financeira.Na hora de pagar pensão, ele é cobrado, vigiado e pressionado.Mas quando tenta exercer o lado afetivo — participar de decisões, conviver com os filhos, acompanhar a rotina — muitas vezes é impedido, manipulado ou desvalorizado.

Frases como “você só aparece quando quer” ou “ele paga, mas não é presente” escondem, em muitos casos, uma realidade diferente: pais que querem estar próximos, mas encontram barreiras criadas pela ex-companheira, especialmente quando o homem reconstrói sua vida com outra parceira.

Esse tipo de manipulação emocional, que afasta o filho do convívio paterno, é alienação parental, prevista e punida pela Lei nº 12.318/2010.Ela fere não apenas o direito do pai, mas principalmente o direito da criança de conviver e amar ambos os genitores.


3. A chantagem que vira rotina

Há mães que, movidas por mágoa ou ciúme, transformam o contato com o pai em um campo de guerra.Usam os filhos como intermediários, enviam recados dolorosos e alimentam uma narrativa constante de culpa.Essa manipulação pode ser sutil, mas causa danos emocionais profundos nas crianças e destrói o vínculo familiar.

O Judiciário tem reconhecido, cada vez mais, a gravidade dessas condutas, mas ainda existe um longo caminho até que todos os casos recebam a devida atenção e equilíbrio.É preciso analisar com profundidade ambos os lados, sem pressupor que o homem é o vilão por natureza e que a mulher é a vítima por definição.


4. A responsabilidade emocional é dos dois

Quando o casamento acaba, o papel de pai e mãe continua.Ser pai não é apenas pagar pensão, assim como ser mãe não é apenas cuidar.Ambos têm obrigações financeiras e afetivas, e ambos precisam compreender que os filhos não são instrumentos de poder, revanche ou chantagem.

O verdadeiro amor parental é aquele que permite que a criança ame o outro genitor sem culpa.


5. Conclusão

A sociedade e o Judiciário ainda precisam evoluir para compreender que o divórcio não deve transformar pais em inimigos.A igualdade só será plena quando houver respeito mútuo, responsabilidade emocional e equilíbrio nas decisões.Nem toda mulher é vítima, nem todo homem é vilão — e toda criança tem direito de ter pai e mãe plenamente presentes, no afeto e na vida.

 
 
 

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Acredito que o Direito vai além das leis: é sobre pessoas, dignidade e justiça. Cada caso é uma história única, que merece atenção, empatia e técnica. No meu trabalho, busco unir firmeza e sensibilidade, transformando o conhecimento jurídico em resultados concretos e humanos.

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